Quando um evento desta magnitude dá de caras com o seu términus nas esquinas escuras da vida, o espectáculo tem que ser uma panela borbulhante de entretenimento. Assim sendo, a noite de glamour começou com um concerto da muito aguardada dupla Dinis & Graciano Saga, com o êxito "Vai Devagar, Emigrante Cipriota", dedicado ao ex-internacional Luís Loureiro e à ex-putativa-promessa Edgar Marcelino.
A multidão aplaudiu entusiasta, exceptuando Rui Patrício, que demonstrou dificuldades em juntar as duas mãos num movimento simultâneo. De seguida, os co-apresentadores Eládio Clímaco e Mílton Caccioli introduziram o momento alto da Gala - os Rui Óscares destinados aos dois filmes mais esperados do ano. De permeio, o Mago Calvo aproveitou para promover o seu novo livro, "Mangonga: Um tributo ao pistoleiro de lábio cinzento".
Praticamente toda a plateia olhou de canto para esta desenvergonhada tentativa de auto-promoção, à excepção do entusiasta Pedro Roma, companheiro de ambos no Gil Vicente de 1993/1994 (não, esta parte não foi inventada - mil novecentos e noventa e três/noventa e quatro - assim mesmo). Roma - que para os mais distraídos, deu o nome à Cidade Eterna em 753 a.C. - iria mesmo ter um serão bastante feliz, mas lá chegaremos.
Para já, ficamos com o vencedor do Rui Óscar para a comédia dramática do ano: The Royal Crombaums. Uma película controversa, dado ter contado com o maior orçamento de 2009, esbanjando papel moeda naquilo que diversos críticos consideraram ser "um escabroso erro colectivo de casting". Nós, no Cromos da Bola SAD, preferimos o termo "humor não-intencional".
Porém, toda a polémica envolvente não abalou o estado de espírito dos intervenientes. Milan Purovic estava especialmente eufórico, ao tornar-se no primeiro ser humano com dois pés esquerdos e uma cabeça poliinsaturada a vencer o mesmo Rui Óscar por dois anos consecutivos: "Isto servir para demonstrar que persistência também poder levar a falhanço total e abjecto. Ser bonito e construtivo."
Nélson Benítez arrebatou corações no papel recorrente de cowboy gay, mas o nosso enviado especial não conseguiu chegar à fala com o argentino. Segundo o seu agente/proxeneta, Nélson estaria com a agenda demasiado preenchida, a tentar ser o terceiro suplente de uma equipa do meio da tabela da segunda divisão argentina. Para estas desventuras e tantas outras, a redacção envia-lhe sinceros votos de sucesso.
De toda a maneira, conseguimos arrancar umas palavras ao protagonista Felipe Caicedo, que demonstrou toda a sua eloquência ao ensaiar comer o Rui Óscar. Com toda a certeza que tem aspecto de ser delicioso, quem somos nós para julgar um profissional que vale tantos milhões de libras? Mais: se o Sr. Caicedo quiser, até podemos temperá-lo com Vinagre e uma pitada de Loureiro (e assim, de forma tão nonchalant, acabámos de bater o recorde blogosférico de referências ao Luís Loureiro num post apenas).
Outro sul-americano, Sebastián Prediger, foi o preferido dos caça-autógrafos. Na sua primeira aparição pública em solo Europeu, o milionário trinco assassinou e enterrou vivos todos os rumores que asseguravam que teria 2,54m de altura, pele lilás, dentes de bode e carapaça de tartaruga ninja.
"A força do boato é tremenda", desabafou o esbelto ché, enquanto recebia o Rui Óscar das sensuais mãos de Britney Spears: "Eu e o Sebas temos tanto em comum...fiz questão em vir entregar-lhe o prémio aqui a Espanha, neste continente tão emblemático como é o Africano. Não só tenho uma admiração tremenda pela sua carreira, como também queria ver se o João Moutinho é tão pequenino como diziam. É tão kiduxoooo!!!"
E foi neste ambiente glamouroso que o verdadeiro sorvete de limão desta Gala foi servido a todos os convivas sob a forma de Pedro Roma. O provecto goleiro, vencedor do prémio carreira, aproveitou a ocasião para promover a seu romance, o ternurento "O Velho e a Baliza". Pelo que foi dado a perceber, a trama é um bocado um episódio do Tsubasa na óptica do guarda-redes e transposta para o papel. Citando apenas uma parte do texto, "eu vi a bola, e ela vinha em direcção a mim, cheia de força, a girar pelo ar a toda a velocidade, eu preso ao chão, a olhar para a bola, todos os jogadores estáticos, e eu disse para mim, hás-de ser minha custe o que custar, senão o Pavlovic dá-me uma solha quando o jogo acabar, a bola estava a aproximar-se, a chegar-se para mim envolvida num halo brilhante, eu mexi os braços, abanei-me um bocado, e quando aquele zumbido da bola se ouviu mesmo perto, eu..."
Bonito, mas um bocado chato. Laranjeiro bocejou tanto que até deixou cair as folhas. Paulo Turra queria dizer que estava de volta mas acabou por adormecer e perder a oportunidade. Portanto, restou-nos convidar Pedro Roma a sair airosamente do palco, com todo o cavalheirismo possível. Para esse efeito, destacámos o habitualmente sensível Petit, que cumpriu essa missão com a afabilidade que se lhe reconhece. Pedro Roma parece ter ficado de alguma forma agastado com esta situação, como a foto documenta. Mesmo que Petit nem sequer lhe tivesse cuspido. Palavra de Ronny.
No final, registou-se uma salutar convivência entre os convidados, onde se aproveitou para falar sem tabus de velhas entradas a pés juntos, remates escandalosamente falhados, penteados espampanantes, entre tantas outras coisas tão bonitas. Bigodes e carecas, búlgaros ou brasileiros, todos juntos a celebrar, já ansiando pela Gala de 2010 em 2011.
3 comentários:
o cromodoscromos tem mais piada,aqui é só mau gosto sem gosto nenhum
paugrande
Concordo.
Jamais entraria num clube que me aceitasse como sócio!
Ouvi dizer que agora na América se atribuem Rui Óscares, parece que é um evento de cinema Americano.
Cuidado com os plágios!
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